quinta-feira, outubro 23

Jack in Lisbon

"Jack in Lisbon" foi o continuar do interrail, mas desta vez já em casa, na cidade que amo. Voltando atrás, Sexta dia 29 de Agosto de 2008, voo EasyJet Milão- Lisboa, estou sentada entre o Jota e um rapaz loiro na casa dos 20. Jogo com o Jota ao jogo de cartas mais secante do mundo (segundo ele), ao qual é apelidado de “Batalha”. A viagem já vai a mais de meio, olho para o rapaz loiro e vejo que lê qualquer coisa sobre Lisboa em italiano, ao meu lado o Jota está em pulgas para meter conversa com ele (é um hábito que se adquire num interrail, fala-se com todo o mundo), mas tem medo que o loiro só saiba italiano, e aqui entre nós, é certo e sabido que os aborígenes não falam italiano! (:P) Adiante, estamos já na aterragem e lá pergunto ao loiro “Is it your first time in Lisbon?” E pronto, foi o suficiente para sabermos que o loiro vindo da parte italiana da Suíça, fala mil línguas, chama-se Giacomo, Jack para os amigos, vem a Portugal para um surf camp na Ericeira e só tem dois dias (Sabado e Domingo) para visitar Lisboa. Feitas apresentações, já estávamos no aeroporto e conversa puxa conversa (o Jota entusiasmadíssimo, tal qual uma criança quando recebe um brinquedo novo no Natal, convida o Jack a dar uma volta a conhecer Lisboa no dia seguinte. Eu faço-me de convidada) já tínhamos planos para o dia seguinte e ainda mal tínhamos tido tempo para respirar os ares de Lisboa. Foi assim que chegada de interrail, fui no dia seguinte visitar Lisboa na companhia de Jota e Jack. (como se tivesse planeado ser o último destino das nossas férias. Pensando bem, porque não fazer da capital do nosso país a última capital a ser vista num interrail? Assim entranha-se melhor, descobre-se as grandes diferenças entre a nossa velha Lisboa e as grandes capitais europeias. O que antes não fazia falta, agora trás uma saudade enorme, a começar pelo nosso sol. Acho que Lisboa tem um sol que é só dela e de mais nenhuma outra cidade). Mostrámos ao nosso suíço o que de melhor temos assim numa versão muito reduzida: Avenida da Liberdade, Baixa-Chiado, alheira para o almoço, passeio no 28 e 15. Em Belém, os famosos pasteis e ainda houve tempo para guiar até Cascais para um gelado no Santini e uma ginjinha de Óbidos e ainda passeio nocturno com direito a bacalhau com natas. Isto tudo acompanhado pelas histórias das nossas vidas e pela História de Portugal, muito bem narrada pelo Jota. (Quem quiser conhecer bem Lisboa a ouvir a História de Portugal, o Jota é a pessoa indicada. O Jack aprendia e eu estava deliciada a ouvir episódios e datas já muito esquecidos.) Para não perder a pica, no dia seguinte rumámos a Sintra, onde numa manhã além da Piriquita, fomos até ao Palácio da Pena (foi preciso servir de guia a um suiço para visitar o palácio pela primeira vez!!!) e “assaltámos” a Quinta da Regaleira, poupando 10€. De tarde, o Jack iria para a Ericeira para o surf camp. Apesar das despedidas feitas, no fim-de-semana seguinte, em jeito de surpresa rumámos à Ericeira para ver o suíço surfar e matar saudades. Para acabar como começou, seguiu-se a despedida no dia seguinte no aeroporto, com promessas de idas a Suíça e novas vindas a Portugal para surfar. Isto já se passou há quase dois meses e é como se tivesse sido ontem. Se calhar há quem ache estranho, acolher tão bem uma pessoa que mal se conhece, sem pedir nada em troca! Dispusemos do nosso tempo só para estar com o Jack ganhando em troca um novo amigo e mais histórias para contar. A verdade é que lá fora fomos muito bem acolhidos sem nos pedirem nada em troca e, falando por mim, cheguei a Lisboa com vontade de fazer o mesmo! De uma viagem tão grande, vem-se com um espírito diferente e foi nesse espírito que passámos aqueles dias com o Jack. Provavelmente se não tivesse estivéssemos a vir de interrail naquele voo, a nossa conversa com o Jack ficaria pelo aeroporto de Lisboa, com desejos de uma boa estadia. Conhecer pessoas assim é fantástico, não se espera nada uns dos outros, apenas o privilégio de viajar juntos e quando menos nos apercebemos, talvez tenhamos feito uma nova amizade que quem sabe durará eternamente…
In other words: «Is it possible to become true friend of someone that we just have known for a couple of days? Is it possible to describe a friendship in a paragraph? Is it possible to ask for some kindness to the world without giving it first? I do not believe in destiny, but it exists… »(by Jota) «Sometimes it doesn' matter how or why something happens, the only thing that do matter is that it is happened... I'm happy, and I don't care about anything else... because I don't need to know anything more! I don't know if such things can "really" happen, like find true friends in few days. The rule I think says "no, it's impossible", but to have a rule we need an exception, and i've found it in you... You know, sometimes "world spins madly on..." ;-)» (by Jack) «I don’t believe in destiny, but sometimes unforgettable moments happen without any explanation. Some people don’t believe in friendship like these, made in a few days. They don’t believe in such thing “just give and don’t ask”. One thing I believe, even we don’t see each other again, moments like that, will last forever in my memories, always with a big SMILE! :D» (by Lily)

3 comentários:

JP disse...

Eu já sabia que ia adorar, e adorei! Estou porém em dúvida se o primeiro a interagir com ele não terei sido eu, acho que sim! Obrigado pelo elogio, tenho que saber mais sobre história, de Portugal, de Lisboa... e da Suiça!

JP disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
JP disse...

Ah, esqueci-me...
A "batalha" é mesmo o jogo de cartas MAIS SECANTE do mundo!
E a ideia de acabar um Interrail em Lisboa, como cidade a descobrir, como se a olhássemos pela primeira vez, é pelos menos, ESPECTACULAR!

Cliques